Atravessamos fases e fases na vida, mas há sempre algo (ou vários algos) que se mantêm constantes. Para mim, são os livros.
Foi a mãe quem trouxe o gosto pela leitura, lendo para nós antes de dormir, oferecendo livros, trazendo outros de bibliotecas nas escolas onde trabalha. A casa dos pais compõe-se de livros e a minha é construída sobre eles. Sobre histórias várias, viagens que faço dentro deles, citações que guardo, matérias que aprendo e aprofundo.
Os livros contarão sempre, para mim, duas histórias: aquela composta por palavras e a outra composta por tudo o resto. É por isso que não me zango se alguém, sem querer, dobrar os cantos do livro que emprestei; ou entro em pânico quando a areia da praia se entranha entre as páginas. Porque o livro guardará sempre a narrativa e a memória de quem a lê – mãos gordurentas, um pingo de café, o sal do mar.
Ler é uma porta incrível para dentro de nós mesmos. Vemos a história desenrolar-se na mente como um filme a cores, onde construímos os cenários, as personagens, as estações do ano. A criatividade num expoente inacreditável.
E seria tão bom que esta magia se propagasse bastante mais. Porque há livros para todos os gostos e sobre tudo neste planeta; ler é poder conhecer e ter conhecimento é libertador.
É urgente repensar a leitura pela sua riqueza, não como algo mandatório, aborrecido, simplista, mera distração da distopia quotidiana. Temos de enfrentar esse medo do aborrecimento que nos persegue num dia-a-dia sempre conectado, redescobrindo o prazer de estar a sós com um livro, de aprender, de investigar, de refletir, de conhecer e, claro, de partilhar com os outros, de discutir e debater, de recomendar.
Assim surge este blog, como um “cantinho da leitura” importado da escola básica para a vida adulta, levando livros, autores e discussões a quem tem a coragem de se sentar consigo e mergulhar dentro de páginas, de memórias doces e duras, de premonições e de resoluções, de lágrimas e de sorrisos.
Quem aceita o desafio?
Um resumo do mês…
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joana dos livros 